quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Carta pro meu Avô

To chorando agora, pensando no meu vô.

dói tanto, e eu não consigo entender como pode doer tanto, porque se racionalizar eu lhe via o que 3 vezes no ano 4 talvez, e a gente não era tão apegado, mas eu sempre te amei e você sempre me amou em cada abraço que demos foram abraços fortes e apertados, com o desejo de que eles acontecessem pra sempre mesmo que esporadicamente, a cada abraço o desejo de que você fosse estar presente no próximo ano pra te abraçar de novo e pedir sua benção junto com todos as coisas boas que você sempre me desejou e sempre me disse a cada abraço, eu perguntei da mamãe como pode doer tanto se o nosso contato era tão pouco e ela disse que o amor é assim não precisa se estar presente sempre e o tempo todo só precisa amar o outro, e eu sempre soube que pela sua idade você iria primeiro, mas você era tão forte, tão vivo que apesar da idade eu pensei que você ia ficar aqui por muito tempo ainda, apesar de esperar que um dia fosse lhe perder não esperava lhe perder, da pra entender? Eu esperava poder levar meus filhos pra passar uns dias com você e com a vovó e dói pensar que isso não vai acontecer. Antes de você se operar eu fiquei um tempo conversando com você, você perguntou como tava as coisas, falei do papai, da mamãe, sobre a faculdade meus planos e quando a gente foi embora naquele dia você me deu um abraço e eu lhe dei um apertado como sempre, você me deu sua benção e a gente veio pra casa e foi a ultima vez que eu lhe abracei, no hospital no seu ultimo dia aqui, eu fui falar com você, você tava em coma mas dizem que as pessoas escutam então eu lhe disse que eu ia fazer minha formatura ano que vem, e que uma das principais razões pra eu fazer era por você e pela vovó, e que eu queria muito que você fosse, mas que se você tivesse muito cansado e realmente não desse pra você ir, que tava tudo bem e que eu entendia, porque você iria estar lá de qualquer jeito e que eu te amava muito e que tava todo mundo lá fora esperando por você. 
Você foi um homem muito amado por todos e pensar que não vamos mais lhe ver por aqui causa um buraco no peito, um vácuo, um vazio que não pode ser preenchido.

Saudades Vô...

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"Eu troco minha paz por um beijo teu"...

"Eu troco minha paz por um beijo teu" é uma frase forte da música do Luan Santana, e se você racionalizar, talvez você nunca troque sua paz por um beijo, afinal é só um beijo. Mas quando você gosta de alguém, o coração bate mais forte e a respiração acelera. Você pensa "Que paz o que, eu quero é sentir."
E realmente depois de um beijo você pode perder a paz, mas você ganha tanta coisa em troca, você cresce principalmente quando perde a paz.

Porque perder a paz nada mais é do que você sair do seu mundinho, onde tudo funciona do jeito que você quer, a outra pessoa é outro mundo, outro mundo que precisa ser conciliado com o seu e isso traz conflito, mas traz coisas boas juntos, e as vezes esses dois mundos se encaixam e formam um novo mundo, e as vezes eles não se encaixam direito e precisam se separar mas quando esses mundos se separam eles já não são mais os mesmos, eles mudaram de formas que não da pra se imaginar e as vezes nem pra perceber, de tão pequena que foi a mudança mas ainda assim mudou. 

E é assim que a gente cresce.
As vezes precisamos destruir nosso mundo para construir outro melhor. E as vezes precisa mais do que isso.

domingo, 10 de novembro de 2013

...

Quando eu era criança, uma vez eu tava assistindo um filme sobre um garotinho que ficava amigo de um outro garoto que tinha HIV, no final do filme o garoto morria, e eu chorei com aquele filme, uma tia me viu e começou a me sacanear, ”ta chorando com o filme não é de verdade não, toda besta bla bla bla.” Depois disso eu não chorava mais com filmes, nem chegava a me emocionar com eles, o que era bom a final eu não ficava triste. Mas a medida que você vai vivendo, crescendo, você vai vendo coisas e sentindo coisas, que podem te deixar triste e o ser o humano quando ver o outro triste pode se colocar no lugar do outro e acaba por se lembrar de como se sentiu e acaba por compartilhar o mesmo sentimento, hoje eu me emociono quando vejo alguns filmes porque entendo a dor do outro e talvez isso que esteja em falta no mundo.

No presente momento eu tenho me impedido de me emocionar, meu avô partiu desse mundo tem vinte e dois dias e se eu pensar nisso vem uma sensação ruim e eu não quero sentir, não quero me sentir como quando a Marly também foi embora, eu apaguei aquele ano, não lembro de quase nada, então eu tenho jogado vídeo game, da hora que eu posso ate a hora que eu vou dormir, mas quando coloco a cabeça no travesseiro vem todas as lembranças, minha família chorando, minha avó sofrendo e dói pensar como vai ser pra ela daqui pra frente. E eu não quero pensar nisso, não quero lembrar disso, eu não quero sentir isso de novo.